domingo, 30 de agosto de 2009

Texto só de sacanagem

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.Meu coração tá no escuro.A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha! ''
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!

“ Dirão: - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.''
E eu vou dizer: - Não importa! Será esse o meu carnaval.
Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.
Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão: ''- É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
''- Não admito! Minha esperança é imortal! ''
E eu repito, ouviram? IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.

(Composição: Elisa Lucinda)

sábado, 29 de agosto de 2009

E.

A mão que viaja longe, que ouve suspiros de prazer

Quão prazer!
Fecho meus olhos e posso sentir em minhas mãos teu corpo
Os dedos afogam no gozo a vontade de ser real mesmo que naquele instante
Um olhar descabido que incomoda por dentro
Um sentimento destemido que transborda libidinosamente
Um gemido é apenas o que meu único sentido de sã consciência que transmite em minha mente
A mão que viaja longe, que me cansa algumas noites
Que me iludem por horas
Quão horas!
É apenas o que me permites
Sonhar, sonhar, sonhar
---#---

Verdes são os olhos dela que vidram nos meus
Que bagunçam o meu vê
Enxergar o amor por fazer-se ali
Observar traços de semelhança a mim
Tão branca quanto uma sinhá
Tão prendada que despreza seu passado
Tão culta que me faz um nada
Quem sou eu para dizer seu nome e para sonhar acordar na tua cama
Sorrias de mim, mais um sonhador.


O Mundo


O mundo tão,tão
Cheio de falsas modestias
Dinheiro pra lá e pra lá
Egoísmo, narsizismo, antropocentrismo exagerado
Apenas compartilhamos impostos.
E de que vale tais pagamentos se é pra lá e pra lá que eles servem?!
Existe um buraco naquela venda! eu vejo!
Santa estátua da impunidade que escolhe economicamente seus culpados
A Esperança cabe num cubo, mais está solitária..
Porque todo o resto se foi:
O Amor cansou de sofrer
A Eduacação ... coitada! faleceu.
O Respeito mudou-se
A paz? voou para longe, lá pra Bagdá.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Hipóteses

E se todos os chineses em cima de suas cadeiras pulassem todos juntos no chão ao mesmo tempo.
Tremeria a terra?
E se todos no mundo: crianças, adultos e velhos dessem as mãos, mesmo que por um instante e corressem numa só direção contra a terra, rodaria para o lado contrario?
E se todos gritassem com total intensidade no mesmo momento, quem ficaria surdo?
E se ''Deus'' descesse a terra, seria preso por alienação?
E se você resolvesse esquecer tudo que pensou ler, e acordasse?

O Ninguém

Eu não sou poeta
Eu não sou jornalista
Eu não sou letrado

Eu não sou escritor
Eu não sou triste nem feliz
Eu não sou mulher nem homem
Eu não sou você nem eu

Eu não estou aqui, nem ali, muito menos cá
Eu não sou refrão, eu não sou música, nem melódia
Eu não sou romance, não sou comédia, nem sou paródia
Eu não sou sentimento, nem dor
Eu não tenho pai, nem avô
Eu sou ... quem mesmo?