terça-feira, 17 de agosto de 2010

Iguais

Ela filosofava frases para despertar não somente o intelecto da outra, mas para si, reconhecendo metaforicamente a evolução cujo havia aprendido com um ou dois livros recém editados. E principalmente, para esbanjar algo, de preferência nunca exposto.
Não bastava apenas consecutivos ensaios, perderia a voz, de tanto se repetir. Tampouco tornar-se-ia redundante, ineficaz e escrava da insegurança mútua alheia. Apenas podia falar.
Abrir o vetor fonético que, sem muita dor física, resolveria parte dos problemas, apontando-a às mágicas soluções. Expor a vanguardista que é.
Tomando inúmeros fracassos como exemplo, teria o sucesso de maneira fácil e soberba. Mas não  foi assim. Quer dizer, não será assim. Como saber?
Mesmo cobrindo-a de filosofia barata, estilhaços de declarações, versos piegas ou mesmo a doce ignorância, torna-se neutra diante de tanto silêncio, jogado de forma diferente -é evidente- com desculpas já usadas.
Embaixo de toda essa neve, há dois corações, eu espero.

(...)

Não tenho nada sobre a cabeça que não seja o céu
Não tenho nada que sustente os pés que não seja o passo
Nem o amor de Maria, tenho certeza que é meu.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

C.P.

Os versos que cantas antes de dormir
Despertam a mim feito gelo na cara
-Suave como a parede-
Menino durão com cachos na cabeça;
Um nato do sarcasmo introspecto
Perdido no infinito, es mesmo um fodido.
-E como previ, pensas de fato, em mim-

domingo, 1 de agosto de 2010

Uma pitada astro-lógica

À aquário dou-me a liberdade completa de extravasar. De pular de cômodos beirando travesseiros póstumos um ao outro. E de ainda mais, enfiar-me em conflitos mais que dolorosos, um pouco a mim.
Tendo a escolha de nunca, jamais, em hipótese alguma compreeder. Afastar a triste fadiga do entendimento. Entretanto, viver apaixonadamente nessa escura visão do que é o quê, e do como será aquilo.
Imaginando e formando planos futuros, maquinar uma projeção futura, mesmo tento certeza de que não será nada daquilo.

O prazer da disputa me ínsita com uma erupção de risos e bem-estar;
Ah, doce soberba! Cá entre eu e mim, é o que de mais puro renasce em nós. A necessidade de ser amada, não a de amar, me tritura no ralo de forma deplorável e excitante, deixando rastros, sim, rastros por onde deixei alguma de minhas palavras. A busca do inacessível está loucamente no meu ''sangue-astro-lógico''.
Que graça teria numa Amélia?

Às garotas que sinto apreso, peço que apenas não me tomem por insensível. Há muito aqui, o suficiente até para todas juntas, só que jamais viveria numa poligamia afetuosa! Então, deixem que somente eu chore, futuramente. Mas hoje, apenas uma aqui deitará, ao meu lado. Talvez não a certa, mas a errada que tanto me acertou em cheio!
Com o medo e a instabilidade libriana.