segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Amor

De uma forma estranha ou à clichê
Proveu-se um apego;
Meu com o seu!

Sem aprovação foi-se,
E voltou algumas vezes
Só para intimidar-me!

Mas devagar e rápido
Enlaçou-se feito um nó dos infernos;
De tormento, desespero e afeto.

Puta que pario!
Outra vez O Amor.

domingo, 16 de outubro de 2011

Dois

Você faz e desfaz cada corte
E desenha-me à desencanto com amor
Não braveja fraqueza por tão forte
Mas contempla tua soberba à rigor...

Quem dera fosse eu...Que tanto já falou!
No entanto - sou só eu -
Que acalento nosso afago,
Assim como a dor.

(...)

Disposição natural à debilidade
Por entrelinhas me adoecem,
''Astenia'' ouço!
Nada funciona bem aqui dentro!

Minha aptidão é o desalento
Que se estende no sorriso teu,
E alicerça dia a dia
A dor do amor de um em dois.

(...)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Inacabado;

Tenho mania de descrição, mania de dá nome as coisas, de inventar nomes. Corroê numa linha de pensamento neutro, escapulindo por inúmeras arestas. Mantenho o pecado de pensar, lembrar, de ao menos tentar entender, mas só de brincar disto é impossível acreditar que no fundo sei de algo. Mas sei de algumas coisas, sei de fragmentos que fazem partes de um todo, já é um começo.
Nunca descobri nada, nunca inventei nada, tudo que escrevo é de segunda mão, da canhota ainda mais. 
No entanto, pouco antes de dormir, como muitas noites, não me senti bem. Não conseguia dormir, mesmo já tento-me curado da insônia antiga, eram pensamentos que me vinham repetitivos e sorrisos sem que ainda soubesse o porque deles, escutava sussurros. 
-Estava pensando nela.
Minha mente caprichava nas lembranças, tão fortemente que senti seu cheiro forte e doce ao mesmo tempo, onde harmoniosamente fazia par comigo, valsando na seda, soltando meus cabelos, passeando por traços da cintura, até que acordei, estava sonhando.
Então continuei lembrando, dos mimos que andava recebendo, dá paralisação que se dava no miocárdio quando me abraçava, das lembranças que faço quando besto pela sua presença. Foi aí então que acordei novamente.
Tive um sonho que estava sonhando e pensando naquela garota! Meu Deus!
Foi engraçado pensar que estava pensando, já pensando nisso tudo. O que teria aquela menina, para infortunar meus sonhos? Penso se estaria apaixonada, não! Com certeza, não! Mas o cheirinho é bom, assim como são macio os cabelos, tão quanto os lençóis. E ainda mas, quando mordo os lábios frente aos seus, inspirando o ar que ela respira, poluído dos pulmões pré-tuberculosos. Ou quando minha mão desce do pescoço, desenhando o colo branco e chamativo. Pior, quando aperto a nuca, com a respiração forte no rosto dela, fazendo cara de dor, por não poder sair dali. E quando os botões se abrem vivos para mim, eu acordo mais uma vez. Num desespero medonho de não continuar! Contudo não quero voltar a dormir, preciso me manter acordada e vívida. Já não sinto o corpo seco, como antes, uma transpiração persegue cada poro, já arrepiada com o peso do dela, que continuamente me embalsa numa dança altamente desejável. Ritmo que permite exaustão, deixando-a segura, dentro de mim. Enquanto engulo à seco os gritos que minhas pernas mostram, por estarem abertas e esperançosas. Faz parte de mim, faz metade, faz o todo que sou ali. E sinto, sinto que estou trêmula o suficiente para desmaiar, para despejar fora, num golpe só eu acordo. Louca! Preciso disso. Preciso aprender a dar nome aos sonhos acordados. Depois de tanto tempo, não mais precisaria dormir ou acordar, tão somente permanecer. Apenas observar-la dormir ao lado.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Júbilo frebil

Sinto um leve queimar na pele, um ardor tão incomumente que despenca num ardor de pura lividez, transpirante, trêmulo, cru.
Seria como uma febre que não passa, que não tem fim, cuja morte respeita. Mira-se um abismo tão fulgente a mim, tão aconchegante e resguardado.
Observar a fusão que desmorona agressivamente, entre meu corpo e o recanto, somente ao término, assim encontro após o ardor em continuação à febre, o ponto certo, ao observar o prazer condicionado e auto-suficiente. A lividez do corpo brota como suor dos poros que não secam, como o tremor dos membros que não se regeneram, e como o ranger dos dentes que falecem.
Ao fim de toda febre há muito o que se desprender além do gozo final, há uma suspensão do calor afável não presente...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Querido, amigo

Sinto informar, que por muito tempo venho a perceber você.
Não o julgo por mediocridade ou algo do gênero, nem mesmo por deslealdade, até porque é evidente a inexperiência que você absorveu até hoje, diferente daquela que achas possuir.
Pois bem, é notória a ignorância que de nascença desenvolves e teima em alimentar diariamente. Assim como o sonho besta e não trabalhado de ser uma Espanca* da vida. Porque a sua dor, como muitas: Vaga e seca. Poderia ser de fato desenhada de forma limpa e poética, se não fosse tão fantasiada à merda que enxergas no espelho.
Há dentro de você uma soberba escrita com letras maiúsculas, recheada com um falso cognata dizendo que és digno de pena. No entanto não sinto, ou na verdade sinto, mas não na categoria que você quer.
Mas não pense que escrevo a ti com intuito de malfazer-te, jamais! Escrevo para mostrar quão bem escrevo a você, que tanto merece uma vaia dissertada em versos que eu, infelizmente, não poderei te dar. Mas, apanho certezas por aí, que será tu mesmo quem se presenteará.

Não sinto saudades,
Um não ao 'até mais'
E.R.

*Florbela Espanca, escritora e poetisa Portuguesa.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Jus ao malfeitor

Passar-bem ou passar-mal, hoje, tanto faz...
A diferença maior que há entre nós é que;
* Desejo-lhe passarinhos na primavera! *

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

És tu em mim

Que vento! Que tremor! Que frio!
Mãos geladas, peito quente, lábios roxos...
Que suspirro! Que céu! Que arrepiu!
- Jás aqui.