sábado, 13 de fevereiro de 2010

Em linhas

Eu queria ser um texto, uma mensagem ou poderia ser só uma frase. Uma frase bonita, carregada, lembrada, um memorial. Melhor dizer, um poema! Artigo, sujeito, verbo e ponto final. Pra dizer através das metáforas o que eu sinto e o que eu vejo, mas não sei falar em palavras, oralmente, publicamente.
Quem ousasse me escrever poderia saber um pouco de mim, ver através dos meus olhos, sentir aquelas ousadas sensações, amar quem amei e odiar a quem odiei, mas assim, ficaria confuso como eu. Teria que ler-me por completa antes de redigir-me, totalmente despida. No entanto, perderia a chance, tornar-se-ia então um louco. Um louco como eu. Um devaneio em linhas a procura de um escritor.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tum-Tum-Túrbido

Guardei tanto um amor a fim de embriagar-me num copo em tuas mãos, que perdi o endereço da rua onde fica o teu bar. Sei que há cadeiras para esperar, sei que há mesas para apoiar os cansados cotovelos de aguardar, sei também que há outras moças em tantas mesas por volta do teu tão famoso bar. Mas não sei se ainda tenho tempo para perder aqui. Álcool já me faz tão mau, amor já me desdém, cigarro nem vou falar, que além de acinzentar mais ainda meu peito, embaça cada vez mais a minha visão [...]

Segurei um amor para desorientar. Não sofro hoje por este motivo, talvez, por motivo nenhum. Penso então, se há sentimento aqui. Vai ver que há, mas acoplados uns nos outros passam despercebidos.
Então, o que é a dor? A dor que dói é subjetiva, psicológica, relevante. A dor que se sente é a dor de idéia, objetiva, concreta. Qual a imagem que forma na sua mente quando se ouve dando ênfase na fonética da palavra Amor? Ah, amor! Será comida? Lugar? Será um país? É. Pode ser, depende do lado em que se encontre o individuo. Alimenta, reside, adota. É, tanto faz.
Quis tanto que hoje nem quero mais. Nem querer. Nem pensar em quere querer!
Mas tenho em mim, um amor tão grande, que nem seria necessário não desejá-lo.
O impossível é não cultivá-lo. Mesmo que em segredo.
Seguro um amor para seguir desorientada, sem nexo, sem chão. Sem entendê-lo. Totalmente leigo.


''O amor não é só uma sequência de beijos, amassos no entrelaçar de pernas. É um túrbido formigamento no corpo junto a três ou mais adjetivos positivos.''
-Eduarda Ramos

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Erotismo

Mas parecia o mar;
Cabelo molhado, corpo suado
Vindo e indo, trouxe um desconhecido,
Muito Prazer. O próprio.

O mel que caí na minha boca é o doce de uma mulher.
Range o nervo rígido, sensível em sua extração,
Na boca de outra qualquer.


Era apertado o canto que procurava
Num emaranhado de líquidos
Ao mesmo tempo um acolchoado confortava-o,
O cercando por todos os lados.
Prisioneiro então, do recanto das sensações
Agora, Eu, emissora dos prazeres apresentados
Manualmente, paulatinamente.