terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Recando das Letras

Eu sou um livro ainda não escrito por mim, mas descrito pelo tempo que molda com fadiga meus momentos de loucura e sobriedade nesse mundo. Metaforicamente corrompido pelos desejos insanos e veteranos que florescem junto com o desagrado, o certo, e o errado.
O desalento que cabe em mim, transborda sem pudor na alma, inibe os sentimentos arquivados no meu hd.
Perco a memória e as lembranças mais pejorativas, dia após dia.
Subornando minha integridade mental: entorpecendo-me de mentiras e verdades.
O Recanto das Letras serve de refúgio para o desencontro e analogias pessoais.
Está aqui: um poço de palavras cuspidas aos leitores.

sábado, 19 de setembro de 2009

Nossa Arte


As vezes faltam-me palavras sobre o que sinto
Muitas delas, escolho por não descreve-las ou mesmo não demonstrá-las de maneira clara.
Minha arte é o rabisco, partes de meu livro com um passado expledorosamente belo, de um presente tão vivo ... e um futuro incerto (ou não) referente a ti.
E com medo me escondi dentro de seu coração, escrevi frases com os pensamentos jogados por ai, jogados pelo chão.
O que hei de desenhar nas proximas folhas? A desilusão.
A tua arte é surrealista, o sonho, o viver-amar, o eu em ti, e acreditar em mim é o que mais dói, e o que me dá mais tesão em te amar! Então...

Desejo-me boa sorte.
Desejo-te mais ainda.

domingo, 13 de setembro de 2009

Manual

Apareça. Siga seu coração. Não perca a inspiração. Pare de se fazer de vítima. Faça coisas em que você seja bom. Ame o seu trabalho. Busque uma nova perspectiva. Não perca a capacidade de se encantar. Não se isole. Descubra pessoas que você ame. Estabeleça metas. Termine o que começou. Ajude os outros. Desligue-se das notícias por um dia. Dance. Mime a si mesmo. Enfrente seus medos. Vá a um museu. Qualquer decisão é melhor do que nenhuma. Exercite-se. Não veja televisão demais. Ouça música. Fique em contato com a natureza. Não carregue o mundo nas costas. Deixe sua moral guiá-lo. Tenha uma boa noite de sono. Leia livros. Compre flores pra si mesmo. Dê um jeito de manter contato com os amigos. Tenha uma agenda de compromissos realista. Não se compare aos outros. Viva o momento. Não seja tão duro consigo mesmo. Aceite que a vida tem altos e baixos. Toda noite reflita sobre as coisas boas do seu dia. Estaja aberto a novas ideias. Acredite em você. Seja gentil (abra a porta,estenda a mão,faça um elogio,seja gentil ja!). Deixe que as pessoas saibam o quanto são especiais. Seja honesto consigo mesmo. Não alimente pensamentos negativos. Arranje tempo para se divertir. Concentre-se em criar aquilo que deseja. Não se esqueça dinheiro não traz felicidade (não por completa). Doe tudo aquilo que você não precisa. Valorize quem você é agora. Faça parte de um grupo. Compartilhe um interesse. Mantenha acesa a chama da paixão. Faça uma lista de agradecimentos. Ame a mãe-terra. Faça seu melhor. Não perca a esperança (você nunca sabe o que o amanhã vai trazer). Continue aprendendo. Deseje o que você já tem. Acredite em algo maior que você. Mantenha-se ligado aos amigos e a família. Seja você mesmo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Desalento

Sai à rua a procura de respostas para as perguntas já respondidas por mim.
Migro a Boa Viagem no Recife, sem ouvir, sem falar nada com ninguém
Caminhando na praia, um copo de vinho na mão, que desalento que me dá viver na solidão
A noite canta os meus ouvidos com o sussurro do mar, o brilho do céu, uma garoa a passar
O vento desata um dos botões, voa o meu vestido preto na escuridão
Que desalento que me dá pensar em solidão.
Sento na areia e acendo um cigarro, pego papel e caneta, nascem ali algumas de minhas crônicas que do lixo não passarão, o vinho já está por um fio, a noite começou.
Ouço Chico Buarque, eu ali tão ríspida a conversar com o vento, discutindo a melodia, brigando com as cordas do embalo musical, prestes a estourar de contrariedade ao silêncio da discussão.
Fatigada de tanto me arrastar de procurar a solução no mar, no céu, no álcool, em mim
Procurando a desculpa das imprecisões, dos meus devaneios, dos meus medos.
Desisto de perguntar, aonde vão as respostas?
Afogaram-se ao mar? Deixe-me então ir salvá-las, preciso um dia saber
Ouvir das mesmas as que já me disse em voz muda, telepaticamente possível, incoerente.
Meu nome é Desalento, estou de mudança, até breve.

sábado, 5 de setembro de 2009

Surrealismo instigante

Sinto meu peito queimando , ardendo,não sei o que vai acontecer ...

Passeava desvairadamente pelas ruas da cidade, pensando em coisas que futuramente planejara para mim. No metro pessoas pareciam correr contra o tempo sempre atrasados, sempre cansados. Mulheres com maquiagem nos olhos escondendo olheiras, noites não dormidas.
Homens com aparência derrotada, pensativa,alguns ainda folheando jornais outros com suas maletas e os celulares.
Pessoas de todas as idades mendigando algumas por necessidade, outras simplesmente por vadiagem.
Calma, não tenhamos pressa, que o dia terminou agora.
Depois do metro, peguei um ônibus como de costume lotado, gente de tantos lugares, gente de tantos caratês.
Fechei os olhos esperando mais uma corrida tranqüila, sem surpresas.
Com meu velho mp3 ao som de Cássia Eller decidia qual livro retomaria primeiro a leitura...
Perdi a parada, droga! Desci logo quatro paradas depois, 300 metros a mais do que de costume, caminharia se pudesse até minha residência.
Uma criança carregada pela mãe aos gritos entrara imediatamente em sua casa, como os demais moradores daquele lugar não entendi.
Não vi ladrão, nem arrastão ou coisa do tipo,quando um carro da polícia passava rapidamente perseguindo alguns garotos por perto,que passava junto a mim. Um deles agarrou-me tão rapidamente que nem tive como reagir, O escudo.
Na rua escura no canto da calçada, do lado direito do peito eu senti entrar.
Entrar a angústia, senti uma tristeza tão grande, mais o choro sequer derramava dos meus olhos, pensei na minha mãe,nos amigos,nos livros que não terminei,da faculdade que nem comecei. Que dor, a dor de perder a vida.
Ele olhou minha cara, ao cair também e sussurrou
-desculpa mina...
Se tivesse forças, acho que acabaria rindo da situação.
O socorro estava a caminho dois homens fardados se aproximaram, uma esperança em meus olhos que já não suportavam aquele queimar em meu peito, o despejar do sangue,tanto sangue.Olharam em meu rosto com uma expressão de deboche,a última imagem que vi,apaguei,eternamente.Um tiro na cabeça,e nem sei o motivo.
Por que passara no lugar errado, na hora errada? Por que achara que fosse cúmplice de algo?

... Mais a dor passou aquela sensação ruim desapareceu como mágica, acabara de acordar com a mão no peito molhada de suor, fora um sonho, mais meu coração batia forte, tão forte que corri até o banheiro e chorei, e sorri, que sonho louco.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O nome dela é Marília!

Eu conheci uma moça ali no beco, o beco escuro que nem sei mais onde fica
Lembro-me que era noite, só sei que era Marília, Marília não sei do quê.
Em uma das mãos um copo cheio de álcool na outra um cigarro, roupas cujo em seu corpo não caia muito bem, pálida e tão magra, sem aspecto de boa filha.
Um cheiro estranho algo parecia queimar naquele lugar, pessoas passavam e nem pareciam notar.
Somente reparei na mesa a direita, onde uma moça recitava poemas de Bandeira:
''As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não''
E todos gritavam, e todos aplaudiam, e todos abraçavam Marília.
Ela pairava todas as noites, sempre em ruas diferentes, talvez não tivesse família
Ela falava de pessoas que eu não conhecia de coisas que nunca tinha experimentado
Louca Marília!
15 anos e desvairada, bêbada, pelo Arsenal como de costume.
Pedi seu telefone, ela passou-me num papel amassado com números borrados, ainda sim legíveis.
Esperamos o dia amanhecer, minha mãe já devia estar preocupada o mundo tão perigoso, mas eu estava com Marília! Não havia de nos acontecer nada.

Um beijo Marília, até qualquer dia.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A carta

Você me ama de verdade?
É, eu acho que também te amo.
Não mais consegui sentir isso por ninguém, nem me deixei permitir chegar ao up da loucura!
É tão lindo quando sem querer me pego pensando em ti,nas horas improprias do meu dia.
Mas ao mesmo tempo tão provável, coisa de gente apaixonada mesmo.
Desde sei lá quando, até hoje, ou até quando você me permitir.
Eu sinto, e eu sei, que não existe um futuro para nós, triste não é?!
Que daqui há alguns anos eu vou te ver ou receber notícias tuas, na qual estará casada com algum bonitão qualquer e com dois pirralhos no braço gritando -mamãe!
E eu amor ?! cadê eu na tua vida?
Ah não se preocupe comigo eu vou estar bem!
Morando com alguma doidinha que ainda não apareceu em minha vida, e apaixanada certamente.
O mundo se encarrega de nos afastar.
Eu hei de superar. O lado positido dessa tragédia romantica é que ao menos teremos bons momentos parar lembrarmos uma da outra.
Mas não me leve a mau, eu sou realista apenas.
Guarde essa carta, talvez tua mãe não te perdoe, ou você resolva magoá-la de vez (que não seja por mim, e sim por você) e ai vamos morar juntas, dividir um apartamento, farei minha tão sonhada faculdade de Letras e você desenho, e comprar dois cachorros Reeby e Rudy, gosta?
Eu vou sentir falta de trocar mensagens pelo celular; de gastar meus bônus; de torrar minha mesada em lan house quando meu computador resolve me deixar na mão; do seu perfume de pitanga que fica pelo meu corpo; dos passeios à praia de noite; de bagunçar teu cabelo daquele jeitinho ...
Eu sou fria mesmo, mas eu amo
Eu sou decepcionante, mas eu amo
Eu amo estranho mesmo, mas EU TE AMO PORRA
Eu devia estar dormindo e não ter levantado para escrever, é que pra mim é muito mais simples jogar tudo num papel amassar e lixo! como se tudo ali escrito fosse junto. É como se realmente tivesse falando tudo isso para ti. Talvez eu nem te entregue essa porcaria rabiscada, ou finja que esqueci só para não te dá (vergonha sei la) depois eu resolvo isso.
Hoje é dia 31 de agosto de 2009 exatamente 23h33 . Gosto de datas, só não consigo me lembrar do dia que nos conhecemos, estava bêbada demais para lembrar de detalhes assim.
Onde estava mesmo?
Ah, falando do meu sentimentalismo barato;
Fato é que não quero despedidas (agora) deixe-me aproveitar antes do seu marido chegar.
Isso não é uma piada, então pare de rir (caso esteja sorrindo sua engraçadinha hehe)
Isso também não é um drama de minha sensível parte, e não não fique triste comigo.
Só me dê um abraço. Diga mais uma vez que me ama e minta para mim:
diga que isso vai ser para sempre, que nunca vai me deixar.