sábado, 31 de outubro de 2009

Metamúsica


A música é mera extensão da poesia que traduz em seus batuques o barulho do coração de um poeta, o ritmo que é dado ao encontro do lápis com o papel riscado, trás o lirismo em notas à alma, das quais se encontram sempre desafinadas, treinando a harmonia do conjunto.
O embalo é fonte do leitor, que dança com o corpo e eleva a mente ao mais alto ponto artístico/intelectual.
A letra é poesia, quando se é música de verdade. Quando en-canta não apenas a si mesmo. Quando a troça segue sem rumo por caminhos desconhecidos, deixando-se livre para quaisquer seguidores, com o mais alto estandarte da cultura.
A batida mostra-se no impacto de interpretações aos demais conjuntos de notas/letras/melodias que se transformam em apenas um plural de versos transpostos oralmente por vanguardistas da vasta e sedutora poesia.

Decrépito

São os dias que se passam seguidos pela nova instância de viver
O segundo secular fracionado em mil milênios passados
A sede que começa depois de um gole de vigor
Uma cama repleta de flores com cheiro de morte
A melodia composta pelo iletrado do último rol

Decrépito é o estado de luz.
Onde os grandes escrevem, os médios clareiam, e os pequenos se apagam.
Forte é o estado de fracasso.
Cujas lembranças não se instalam de maneira singular, e corroboram sua mente pela ilusão de virilidade

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Papel e caneta

Lendo velhos diários, enxerguei o receio que se escondia entre a nostalgia e o futuro. Desenhar letras num pedaço de folha em branco foi à única coisa que aprendi a fazer. Então pude com ele me comunicar. Papel e caneta são os únicos vetores dos versos que consegui redigir até hoje, idealizando o que nem mesma vivi; o que nem mesmo sei o que é; e o que temo em ser.
Desenhando letras ainda... Agora por outros motivos.

Através dum copo de cerveja

Eu vejo a vida embaçada entre ruas e calçadas que meus pés brigam ao entrelaçarem-se subindo e descendo, pulando e dançando, entre sorrisos e abraços.
Eu sinto a noite soar aos ouvidos quão a bela melodia de um piano desafinado, afinando-se por belas mãos grossas a tocá-lo incessamente, bravamente, rudemente.
Eu bebo mais um copo de cerveja sentada num banco com meros conhecidos, olhando o clarear do céu, assistindo a noite virar dia, cansada, inerte.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Uma prova de amor

Estava passando de canal em canal sem ter nada de útil na televisão (como sempre), quando vi o trailer deste filme, as cenas inicialmente me chocaram e pude ver apenas em alguns segundos o quão foda seria a estréia dele, e assim que entrou em cartaz, amigos indicaram-me e fui também assisti-lo.

Um dos melhores filmes que já vi nos últimos anos! Com a direção de Nick Cassavetes e no elenco: Cameron Diaz, Abigail Breslin, Jason Patric, Evan Ellingson.
É evidente o grande desempenho dos atores, e a brilhante atuação de toda a ''família'' sendo cada um o narrador da história um pouco. Mostrando efetivamente o sentimento de cada um, e o sofrimento diante de situações difíceis a serem contornadas.
Uma Prova de Amor não é apenas um filme que retrata o drama de uma pré-adolescente que sofre de leucemia, trata-se também dos laços familiares e até onde podemos ir para ajudar alguém que nós amamos incondicionalmente, ao ponto de não ter noção da realidade e ter esperanças até o último segundo. Toda a dificuldade e a rotina de um casal que muda ao descobrir que sua filha tem um tipo de câncer maligno, e necessita de um tratamento mais intenso. Onde escolhem por ter outro filho para ajudá-la, trazendo à tona uma grande polêmica. O filme começa então, com Anna (Abigail Breslin), entrando na justiça contra os pais pedindo sua emancipação médica, por ser levada desde muito nova a fazer doações para sua irmã e no momento estar sendo obrigada a fazer um transplante de rim à Kate. Devido a este fato, o clima fica sempre tenso entre os personagens principalmente entre mãe e filha no decorrer de grande parte de história.
O melodrama dá ênfase em cenas extremamente emocionantes e em diálogos tristes, depoimentos na qual levaram inúmeras salas de todos os cinemas aos prantos. Como eu, e aos demais que já assistiram ao filme. Não vou fazer uma sinopse aqui, se não perde a graça, já falei o, mas importante! Agora resta ao leitor alugar, se emocionar, e guardar para sempre uma reflexão de companheirismo, cooperação, esperança, e amor.
Com certeza pegará colocando-se no lugar da Kate ou de qualquer um da família dela, e sentirá na pele o desespero, ou mesmo a tranqüilidade de saber que a morte é apenas mais uma página que será superada por todos ali, mesmo com muito dor na sua partida.


domingo, 25 de outubro de 2009

Contracapa

Eu escondo meu coração como quem tem medo de um dia sofrer,
Embaixo do travesseiro, ou por trás de uma canção
Minuciosamente cuidadosa com os encantos ainda deliberados
Mesmo não havendo motivos para tal desculpa encontro saídas
Para refugiar-me das palavras doces ouvidas,
Já fugi, já voltei, já enrolei, já chorei.
Então para quê o medo, se tu expões de maneira tão perigosa o teu?
Na contramão do bom senso, perdida e em transe eterno.

Conquistar-me dia após dia é mais que uma tarefa árdua e chata,
É a prova ''daquilo'' que você me diz...
É a prova da insensatez, do sonho com final feliz
O teu amor é muito mais do que a minha vaidade necessita,
Mescla-me com paixão e orgulho, a ponto de ser tão importante para alguém
A ponto de ser insubstituível
És x' e x'' da minha parábola, o produto das minhas contas sem sucesso
O texto simples e o erudito, o bem e o mal escrito, tanto faz
És a contra-capa do meu livro!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Recanto particular

Um dia me disseram que eu não poderia jogar futebol
Um dia me disseram que eu não poderia sentar de perna aberta
Um dia me disseram que eu não poderia beijar a ''coleguinha''
E me disseram também, que eu deveria ser como a minha irmã

Só esqueceram de me dizer que os maiores pecados são conseqüências do amor
Só esqueceram de me ensinar a atuar diariamente para todos que me disseram o que eu deveria ser
Só esqueceram de me mostrar o quão eu deveria ser preconceituosa comigo mesma
E esqueceram também, de aprender a me distinguir de minha irmã

Eu pude responder que adoro futebol
Eu pude mostrar que sentar de perna aberta não me tornava menos mulher!
Eu pude assim, explicar que a ''coleguinha'' era mas que isso para mim...
Então pude confessar, que até aceitaria mudar, caso não tivesse aprendido desde cedo os conceitos ensinados por minha mãe, e meu pai. Cujas regras se encaixavam até eles mudarem de opinião. Ele.
Sinto-me deslocada em certos guetos, por muitas vezes prefiro o recanto,

Pois é lá que abraço o mundo e sinto-me em casa
É lá que sento de perna aberta com a ''coleguinha''
É lá que não sou comparada à minha irmã
É lá que vivo sem repressão e feliz.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O verde dos teus olhos

Já falei tanto no verde dos teus olhos
Que me remetem a trabalhar a imaginação:
Abraça-me e me pedi pr'eu não te soltar
Quem dera isso fosse acontecer quem dera isso pudesse me caber
Aqui dentro do meu peito, e dentro de você...

Agarra-me e me beija pr'eu não acordar,
Um sonho qu'eu desenho antes de dormir, passo à noite acordado
Em meio desespero para te descobrir.
O mistério que há em ti inteiramente destinado, apenas a mim!
Cause-me um desejo pr'eu não resistir,
Talvez eu vá aí e te agarre pelo pulso e vá te desvendar,
Tiro a tua blusa alisando o teu colo, beijo teu pescoço,
E vou descendo até onde eu puder, descobrindo cada buraco que há em ti.
Vá arranhando minhas costas,
Pegue entre as minhas pernas, e faça-se em mim.

Olho nos teus olhos verde-quase-mel
O teu sorriso é lindo quando se faz para mim, tão meigo!
O quê remete a vida sem os olhos teus,
Pra me fitarem nua como os meus?
No que serve apenas imaginar,
Se talvez eu nunca possa ir em frente?
Deixas-me só na mão, num trabalho árduo, num torduoso desejo vão,
Que me mata dia após dia num prazer sonhado
O verde dos teus olhos, tão lindo quão tudo que já vi de mais belo.

domingo, 18 de outubro de 2009

Un rêve brésilien!

Um dia eu estarei em Paris cantando o hino brasileiro
Preparando um Blanquette de veau ao som de Marisa Monte
E Junto ao jardim de Luxemburgo eu vou fazer meu carnaval
No bairro mais nobre vou me hospedar
Só no bonjour e no au revoir!

À noite no boteco eu vou tomar todo vinho que lá vender
Embriagar-me até o fim dos euros que'u levar
Deixa que o frio me abraça em quanto eu tenho saudades de casa
Ou na companhia dum francês joli que me faça fou por lá!
Eu vou ensinar francês a sambar, e aprender mot parisiense
Vou tirar foto em frente a Eiffel, só para não perder o costume...
Trazer lembranças que fiquem pra sempre em mente
De todos os lugares e todo o seu deslumbre

Deitar no leito da terra para sonhar comme un bien brésilienne
Já no final de tudo, retornar a pátria amada, tão julgada!
Tendo sorte chego ao Recife sã e salva, sem apagão ou bala
Sendo um patriarca de verdade de tempo em tempo indo respirar
Uma vida que não é minha, mais que alimento o sonho lá
Un rêve brésilien!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O menino do pijama listrado - John Boyne

teDepois da recomendação de alguns amigos, resolvi enfim ler o livro ''O menino do pijama listrado'' de John Boyne. Que acabou me surpreendo com sua história, e o modo no qual o autor nos leva a ficar de olhos arregalados durante alguns capítulos.

A história se passa 1940 na Alemanha, com personagem principal um menino de 8 anos, Bruno. Toda vida de Bruno começa a mudar quando seu pai ''O comandante'' assim chamado, recebe uma promoção e acabam por se mudar deixando seus amigos e tudo para trás. Triste com isso, ele faz de tudo para retornar a sua vida antiga, sua casa antiga, pois na nova cidade onde fora morar não existia nada nem ninguém para brincar ou conversar, apenas um monte de pessoas com pijamas listrados do outro lado da cerca.

Um dia desfiando as ordens da mãe, Bruno decide ''explorar'' sua brincadeira predileta, gostava de andar, procurar e desvendar coisas. E é nessa exploração que ele conheceu um menino do outro lado da tal cerca com a cabeça raspada e com o pijama listrado, chamado Shmuel. Tornam-se amigos, e é por essa amizade que Bruno é levado a descobrir o lado ruim de estar no outro lado, o mundo nazista onde seu pai era um oficial respeitado, O comandante.
É um livro que nós leva a devorá-lo rapidamente, além de curto, tem uma linguagem simples e contemporânea para pessoas de qualquer idade, e que goste de uma bela história reflexiva com um final triste. O livro antes de tudo trás um enfoque nas questões nazistas entrelinhas, pois não se deixa claro no começo da narrativa que se tratava de um holocausto, onde aquelas pessoas estavam sendo exterminadas, nem da real profissão do pai de Bruno. No momento em que li onde Bruno faz o comprimento ai pai: levantando o braço e dizendo: Heil Hilter! Fiquei em transe, notei que se tratava então de um livro com teorias nazistas, e que obviamente aquele menino não sabia nem o que estava pronunciando.
Ao desencadear da história é comovente a vida de Shmuel, esperando a morte chegar, procurando seu pai, sem ter a chance se quer de escolher nada. E foi em seus encontros durante várias tardes com Bruno, que eu pude até sentir a própria fome dele, quando engolia com voracidade a comida sempre trazida pelo amigo. E o mais chocante das partes, é o final, sem duvida. As mortes dos garotos escritas em poucas linhas simplesmente deram as mãos e as luzes se apagaram. Um final triste que me deu outro olhar, sobre obras desse estilo, dessa temática. É um dos livros que com certeza estará em minha lista.
Vale ressaltar que foi feito o filme com o mesmo título, vale a pena conferir, é tão emocionante quando ler o próprio livro.

7 estórias


d'' Uma menina tão curiosa ao ponto de questionar-se todo o tempo, a saber, quem é de verdade. Sem a chance de se quer olhar-se no espelho, não há reflexo, não tem tanta memória, confusa e rósea. Sem ser louca, mas interpretando e fazendo-se de tal, não compreendo o porquê, e tão humana e doce, mas é o que sinto o que vejo por todos os momentos junto a ti, pequena! Um beijo''.
E.

'' Um dia eu estava triste e procurando companhia para dividir a mesa de um bar, sem ter mais lágrimas para chorar todos os últimos acontecimentos que me ocorrera, tão mal eu estava. Porém, contrário a tudo isso pude notar que ali do lado existia sim, existia alguém que realmente se importava comigo, sentou na cadeira ao lado... e sem me dizer nada, abraçou-me, beijo-me na face e como mágica senti de verdade o sentimento de conforto como a muito tempo não sentia. Perdi-me completamente no desejo de querer tê-la para mim, e assim segui por algum tempo, tão incrível, tão foda. Só que a amargura voltou, porque eu acordei''.
I.

'' Bem-me-quer mal-me-quer, fui ingênua ao ponto de me iludir que ela poderia ter sido aquela que eu amaria para todo o sempre, ela foi fumaça. Sumiu como tal. Poucas semanas e se fez especial, pois eram doces suas palavras, seu abraço, seu beijo. Porque pensei que eram sinceras tuas palavras, ditas com tanta clareza aos meus ouvidos, que me entreguei. E aprendi, aprendi que não há ninguém que de verdade esteja disposto a ser pão e vinho, é muito mais simples ter, usar, descartar. Aprendi, e assim faço hoje com aquela que me trás recordações sobre quem você foi um dia pra mim''.
C.

'' A eterna. Quem furtou de mim, o sentimento, mas cativante, que fez de mim uma mulher, e que sofre por ter descoberto e despertado a tal. Sinto-me então obrigada a tê-la aqui por muito e muito mais tempo do que havia planejado, acho que não seria quem sou hoje, sem ela. Talvez quem mais me inspire não do modo correto e singelo, de modo que a ofenda, e a magoe, sinto muito. Necessito me redimir a ti, pois eu te amo estupidamente, querida amiga''.
D.

'' Só de olhar teus olhos, enlouqueço. Aquele verde que não me permite desviar a visão. A pele tão branca, os cabelos tão lindos e bem arrumados, sempre tão bela, tão bem vestida, tão perfeita. Comparo-a com um quadro que um dia vi, onde tinha escrito o título: ''A perfeição'' pois era você ali, desenhada. Eu nunca a toquei exceto naquele instante, eu nunca mais quero tornar a fazer isso, pois já é uma tortura ter que encontrá-la algumas vezes durante a semana, preciso de fôlego para respirar, suma daqui, me deixe em paz''.
E.

'' A perdição. Fez com que eu perdesse a cabeça pela primeira vez, não digo que de maneira positiva, pois uma aliança se encontrava em meu dedo. Infidelidade fez-se ali. Como o diabo me atentando, e nós sabíamos, e ainda sim busquei refúgio nos teus braços, naquele apertado banheiro de bar... Ao mesmo tempo em que o corno ficava a chorar lá fora, por mim. Senti-me até mal por um momento, uma semana depois vi que nada mais correto eu poderia ter feito, então me entreguei mais e outra vez. Não chorei como da primeira, contudo, embriagada fechei o olhos e fui''.
N.


'' Uma insignificância que desequilibrou (negativamente falando) minha vida por 7 meses, pobre da flor, um mato podre e infantil''
R.


P.s: porque não existe, nem existirá a mulher perfeita, o homem ideal, a vida é repleta de pessoas incompletas. Resta-me então completar alguém.
Eduarda Ramos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Confissões de um poeta

A proposta do poeta é escrever a quem se admira.
Como quem canta uma melodia,
Como quem vive de poesia
Encantar-se por encantar
Render-se por redenção

A recompensa do poeta é apenas teu sorriso,
Do tempo que é perdido, refletindo sobre tais versos
Enviados para ti, singelos e cômicos.
Pretendendo não estar, já estando na tua cabeça
Desejando um segundo do teu pensamento tão turvo

Tornar-se poeta é aceitar a condição
Que viver é tão amar quão sofrer,
É tão encontrar-se quão esconder-se
É ter que lamentar por não viver/o não vivido fora dos versos,
É ter que conformar-se com a solidão, por pura opção

Pois não há melhor amigo para o poeta
Que não seja o sentimento exagerado/conturbado
Seja ele bom ou ruim:
Existindo-o, compõem-se.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Inspiração

Eu busco a inspiração no ser, no feminismo que me conduz
Nas loucas horas de devaneios e promiscuidades
Em cada rosto delicado que vejo nos quatro cantos do Recife
Nas pernas que cruzam com as minhas, no quente ou no frio
Nas moças finas e delicadas que me julgam por aparência

O meu poço de inspiração se encontra imerso em desespero
Procurando não afogar-me junto com outros versos
Catando palavras e juntando para formação de um novo bloco
de papel rabiscado, sem querer ser lido por qualquer uma

Renova-se a cada novo sentimento que flui
A cada nova companheira, a cada alegria tomada à fúria
Aos sorrisos provocados por minha atuação
A cada beijo como nos sonhos, nos desejos mais sedutores

Eu busco a inspiração na beleza feminina,
Nos momentos que armei para mim mesma viver
Na epifânia, no surrealismo, no amor com toda a sua
Diversidade profundamente amargurada,
Em mim.

Um poema para te confortar

Eu nasci num canto que não há emoção exposta
Aprendi a ser gelo como já havia dito
Então, te conforto com o que sobrou do meu sentimentalismo
Não me culpe se um dia explodir,
Não transpiro o amor que você deseja em mim

Sinto lhe informar que não sei se vou mudar
Lembre-se apenas dos bons momentos
Pois os ruins não existiram espontaneamente
Siga-me se conseguir suportar todo o peso que há em mim

Pois eu vivo como um poeta romancista do século XXI
Trague toda a sujeira do meu coração
Absorva a insegurança que há em nós
Viva a loucura de estar louca por mim
Na linha entre a razão e a emoção

E então, decida se vai embarcar na desilusão de vez
Não tenha medo, eu vou estar do seu lado, prometo
Não seja covarde!
Tenha coragem, pois sofrer também é para os fortes.

Será então um poema para te confortar?
Será então um poema para te confrontar?
Será então um poema?

sábado, 10 de outubro de 2009

Vírgula,

Não somos os mesmos, nem nunca voltaremos ao que éramos antes. Não por uma simples escolha de crescer, mais pelas circunstâncias absorvidas pela minha mente, hoje, mas do que nunca. Pensava que o mundo era muito mas simples, que iria ter tudo tão fácil, que iria achar pessoas compatíveis em cada bar que fosse estacionar meu carrão, e tudo que vejo hoje é quase o contrário dos meus planos para o futuro.
Não me tornei quem achava que iria ser, não que isso seja ruim, depende muito do seu ponto de vista.
Por isso eu repito: que não é desejado por mim o fim, mas que é natural, simplesmente evaporar o sentimento (de maneira gradativa evidentemente) suposto que não seja eterno tais argumentos, reconquistar uma mulher não é tão difícil assim, ainda mais, uma piegas feito eu.
As coisas monótonas do nosso dia-a-dia me causam um tédio absurdo, uma vontade de jogar tudo para o alto como já fiz algumas vezes (três, quatro?) apesar disso, teimo em retornar sempre ao mesmo ponto, eu acho que gosto de questionar-me até onde consigo suportar o insuportável, tentar sempre me superar de modo que só traga vantagens a mim (será vantagens mesmo?!).
É preciso existir mudanças, algo que inove o meu humor, não que ele deixou de existir dentro de mim, apenas esta com status ''ausente''. A cama não é o único lugar para se resolver problemas, o oposto disso, ele retardada a coragem de partir pelo fato de se deixar enganar por momentos de prazer. Eu preciso gozar a vida, e não a cama.
Comparando o nosso relacionamento com um texto: falta justificá-lo, arrumar uma coesão, e não fugir do tema! Para então no fim determinar um ponto final, ao invés de sempre complementar tudo com uma vírgula.

domingo, 4 de outubro de 2009

Aprendi a ser gelo

Meus próprios passos tornam a me seguir por onde escolho caminhar sujeito a ser o condenador implícito dos meus tantos e seqüenciais erros, medidos pela inescrupulosa semelhança de amar.
E se um dia a vida pregar uma em mim, quem sabe assim eu possa me redescobrir e tudo isso escrito por minhas mãos entediadas, achem o caminho por onde deveriam sair. A sonolência vem se vingar me amarra junto a tudo que fugi, a verdade é que nunca me esperei, caminhava sempre a ponto de voar.
Como um vulto atropelava o que sentia, e transpondo cada dia ainda mas, procurava o sentimento onde não havia e punia a todos que esperavam-me cautelosamente.
A mentira que seguia junto a mim, misturando tudo que um dia eu quis, e quando soube que eu não poderia mas, enganei a euforia e me escondi, dentro de uma carta e um poema. Mais voltei ao derradeiro mundo que me criei, e aprendi a ser gelo. Como um puto.
Nem tudo é sincero, palavras doces e frase ambíguas, não fazem parte de mim.
Não sinto a necessidade de me prender, ou de me rogar. Procuro sempre um estereótipo para determinar, de tal maneira que nunca conseguiria decifrar assim por meras circunstâncias.
Contudo, vivo como a fumaça do meu cigarro: cinza e homogênea, como tantas por ai, que poluem aos meus pulmões para se dissolver e então: transpor-se de estado, de rumo. Sem ser gelo.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Meu feminismo

Não esta apenas no andar másculo que conduzem meus pés pelo mundo, nem pelas atitudes pouco delicadas demonstradas por mim incessamente, muito menos no vocabulário de médias palavras recheadas com palavrões. Definitivamente não.

Então vive uma mulher dentro de mim, tímida, mas existente. Que revigora o meu ser sentimental, estupidamente romancista, pacata e piegas.
Então, sinto-me tão mulher quanto às demais ao meu redor, mulheres de verdade!
Porque são nessas que me guio como espelho, e são por essas que verdadeiramente me apaixono.