terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Fluido aquoso apresentável

Num único cuspe entrego a identidade que circula pelo meu corpo, dos pés a cabeça. Como num círculo vicioso e vitalício, único e sustentável, primordial. É a parte ingerida do mundo, outrora posta a vista grossa. São partículas divisíveis que se contradizem ao dizer o mesmo, de tantas bocas que ali estacionam, dialogam, descarregam lamurias. É o veiculo que roda a corda da emoção, os gargalo da garrafa podre tantas vezes, mas é deste modo que a vejo. Quando se funde com caminhos estreitos mistura seu gás com o segundo, sabe-se la um terceiro. Depende de quem se trata. O meu cuspe transmite aflição em sua mescla; às vezes conformismo, mas ultimamente além de hostil, sinto um pouco o gosto do pecado, mas do que nunca, isso acontece quando fica tudo tão homogênio por livre e expontanea pressão.
Seja ela na cara de alguém, no chão, do alto de um edifício, e só saliva. Quem se importa hoje em dia em ter um fluido aquoso aprensentável e moral? Levante a mão.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Êxtase Feminino

Como escrever a respeito de uma sensação intima sentida, até então desconhecida? Fogem as palavras mas possíveis e próximas da minha boca. Não há característica exata ou fixa, muito menos semelhante. ''Sensação única'' -dita por algumas mulheres- O ápice, as vezes o final [...]
É como o resultado de uma mistura mas do que intensa de dois seres, que ali buscam saciar-se. Sendo este estremecedor e inquietante. Primeiro a falta de ar, a busca ao preenchimento dos pulmões insatisfeitos, a fuga astuta do oxigênio. Depois o coração, que bate tão forte a ponto de sentir a falência do pobre órgão, que só avisa a chegada à sensibilidade. Em seguida as pernas, que parecem tão fracas e imprestáveis por não se sustentarem eretas sequer por um minuto, naquele instante. Tremulas ou bambas, as vezes dormente, mas sempre ali, quase inerte a capacidade de locomoção. Senti o corpo cair ao lado, agonizando ao êxtase feminino, ensurdecendo a própria voz, querendo na verdade gritar, gritar alto. Pensando em voltar à brincadeira, mas era impossível um movimento ao menos. Era muito melhor ''sofrer'' ali ao lado, buscando ar, procurando o caminho do maior prazer feminino, com a mão transpirando em excesso e de olhos bem fechados.

''Mas parecia o mar;
Cabelo molhado, corpo suado
Banhou-se nele até não suportar.
Vindo e indo, trouxe um desconhecido,
Muito Prazer. O próprio.''
(Eduarda Ramos)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Senhora

É como a chamamos hoje e sempre:
A Senhora das palavras do humour e do silêncio
A que já aprendeu e hoje ensina a andar
Pondo-se em prosa e paródia

A quê limitas os abraços
Aos risos incondicionalmente arrasadores?
Renasce sempre a duvida sobre sua feição
Hora nua outrora emotiva, mas quase sempre escondida

A pele já rasga a idade que abate sobre os anos
Ainda assim, estupidamente Bela
Os olhos que dizem ser o ''espelho da alma''
É inútil quando se refere À Senhora
O verde dá um contraste uniforme a meu ver...

Há singularidade nos ambientes circulados por ti, désolé, pela Senhora...
Derramando paixões por onde passou e a de passar ainda
Entre abraços ao inicio e beijos nas despedidas

A senhora do esconderijo,
Por trás de um sorriso ou atrás de livro antigo
Mesmo sem querer, se apresenta não tão bem quanto deveria...
Mas o suficiente para renascer numa poesia, mais uma.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Poema: Te olho nos olhos...

Te olho nos olhos e você reclama
Que te olho muito profundamente.

Desculpa,
Tudo que vivi foi profundamente...
Eu te ensinei quem sou...
E você foi me tirando...

Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.

Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade...
De me inventar de novo.
Desculpa...se te olho profundamente,
Rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais...
Nos seus traços.

A ponto de ver a estrada...
Muito antes dos seus passos.

Eu não vou separar as minhas vitórias
Dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim;

Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente."
(Te olho nos olhos, Ana Carolina)


Quais palavras existentes e decentes
Que poderiam sair da minha boca a ponto de ser suficiente
para descrevê-la perfeitamente? Não existirá jamais,
Um humilde verso, ou uma música para servi-la.
Nem o maldito conceito que abrigou o meu amor,
onde o descobri incondicional e completo...
Há sempre mais a sonhar, a interpretar, e a cantar com você.
(À Ana Carolina, Eduarda Ramos)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Poeta vagabundo

Não sabe fazer nada com os dias
Nada faz além de gastar papéis e tintas,
Nem mesmo um poema seja triste ou de amor
Não há palavras, rimas, ou fatos a serem descritos
Não há sonhos, amores, ou medos infinitos pra serem vividos

O que se lê não é mais que preto e branco
As cores são como pigmentos a marcar as faces do mundo
As tipologias escritas pelos poetas vagabundos
São como um marco ao ápice da incompreensão
Deles e de terceiros

O que se vê não é mais que um buraco
La dentro, no fundo, é poema de sentimento
Preferindo não despertar ao próprio
Talvez não queira descobrir se é 8 ou 80
Já basta a mescla confusa que se tritura ao peito

Talvez o sol nem chegue mais aqui
Tudo escuro, tudo singular, o poeta vagabundo
Vive dentro dos sonhos, do idealizado, de mim
Lá se expressa, entende e firma-se
Aqui é o oposto, não há vantagens nem garantias

Só os restam leitores leigos as idéias deles,
Amores tardios renovando-se
Amigos que desaparecem como fumaça
Pó e cinza no chão...

Quer um cigarro e uma garrafa à mão
Somente assim pra entrar de vez no que se vê
E mudar ao menos uma vez o que se lê.

domingo, 20 de dezembro de 2009

...

Uns dizem que amar é uma dor
Outros dizem que amor é tão amar quão sofrer.
Li uma vez que amor era divino, e às vezes sacrificante...
Ouvi dizer que amor é um conjunto de adjetivos belos,
E que todos têm o dom de obtê-lo.
Tem até quem fale que não há dor mais gratificante...
Eu digo que morrer de amor é  morrer sorrindo,
Estou morrendo, estou gargalhando.

sábado, 19 de dezembro de 2009

O incomum

O diferente suborna a tradição
A ponto de a travessia ser longa e medonha
Curvando-se aos veteranos comandantes da prisão

Arrancaram-lhe as orelhas ensurdecendo ao mundo
Fendas atadas furtavam-lhe os desejos
O único barulho que soava eram os soluços equivocados

O que restou de fato foi apenas a inteligência do garoto
Ninguém poderia roubá-la ou torturá-la
Usava-a para medir, idealizar, e penalizar-se

Cresceu e se tornou um homem
Podia não ter sentido algum, mas logo iria acabar -ele pensava-
Quando tudo terminou quis recomeçar,
Pulou a janela para graduar-se como mais um incomum.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Dois corpos

Eram duas camas, uma ocupada por dois e outra assistindo ao espetáculo.
O corpo já estava quente, tão quente que esfriava a cada segundo que passava sem alteração no comportamento de noites como essa. Um ao lado do outro, o da esquerda intocável por um intervalo modesto de tempo para inércia, descanso, reflexão. A mão que passeava pela própria barriga, sentindo o ar entrar aos pulmões e elevá-la para cima e para baixo, como ambos os corpos fizeram alguns minutos atrás. Um ritmo inigualável e harmônico, incansável e molhado. Além de quente, sentia-se o suor derramar de um para o outro, como na troca de uma substancia química de relação espontânea. Um odor insinuante pairava sobre o quarto escuro, quase invisível, que guiavam as mãos cegas por caminhos nunca encontrados até então. Perderam-se no caminho, ou jamais queriam voltar ao inicio. Dois dedos desenhavam circunferências nas entocas, hora rápido, hora devagar, hora adentro. Sempre a gosto do parceiro. Certidão de companheirismo. O corpo a direita flutuava longe. Como se nada feito ali tivesse acontecido. A pausa era para a discussão, o nome de um terceiro circulava a história. Atormentava, para melhor esclarecer. Perguntas, silêncio. O da direita acusava, apontava, punia e castigava com chantagens emocionais não tão baratas assim. Cujas palavras roubaram da noite o seu encanto quase que por completo. O da esquerda ouvia, sentia, mas não ousava falar, quem sabe, talvez não tivesse realmente nada a ser dito. As costas se encontraram cada qual por uma razão. Ficaram ali mais alguns minutos em silêncio. Uma piada solta pra romper o clima pesado não foi tão eficiente. A solução era dormir, ao menos nos sonhos daria certo. Talvez alguém quisesse chorar, ou gritar, bater, empurrar, mas nada foi feito. A porta continuava fechada, o escuro também, o silêncio deu lugar a outros sons, mas confortáveis. Os dois corpos outra vez se atacaram, dessa vez um minuto foi necessário para resgatar todo o fogo que esquentavam ambas as almas carentes por atenção e abrigo. Ocorreu um atrito mais violento, machucando mas embaixo. Litros eram preparados pelos órgãos para expulsa-los dentro um do outro. E assim, sentir o gosto do prazer na língua: O da reconciliação. Os dois não se encontravam mais em posições paralelas. O da direita estava por baixo e o da esquerda por cima, cruzando-se entre si e trabalhando, dirigindo a 120 km/h quase sem ar, fatigado do segundo tempo.
Termina a brincadeira. Abrem a porta, já era dia, calam as bocas e um deles adormece enquanto o segundo observa-o sonhar. Imaginando e modelando uma proxima vez. Quem sabe na mesma cama, quem sabe na proxima semana.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Último adeus

Não pensei que fosse tão difícil sair da escola. O dia do término por completo das aulas, na Aula da Saudade, festa de encerramento do ano letivo, o nosso último ano no ensino médio.
Não sabia se chorava ou se sorria. Um mundo de sentimentos misturados tomaram conta de mim: perda, saudade, solidão, amizade, amor, carinho, admiração.
O CPM foi um lugar onde eu aprendi muita coisa. Onde eu não fui discriminada por ser quem eu sou, na verdade, não me escondi dessa vez. Eu tão diferente, me achei igual. Igual a todos, pois ninguém ali me tratou diferente. E isso é o que mais contou pra mim. Ver que não interessava de onde eu vinha, em que bairro eu moro, de certas condições que eu fiz. A única coisa que importou foi a presença e o afeto que eu tive e tenho por todos ali. Sentado em cada lado meu estavam aqueles que fizeram do meu ano, ser o mais especial possível, o mais foda e inesquecível. Não foram apenas ''amigos'' que eu fiz, que conheci, foram pessoas maravilhosas que eu queria tanto, mas tanto tê-las comigo por mais um tempo, quem sabe eternamente. Pra continuar me ensinando e me guiando pelo mundo. Por incrível que pareça, eu sou notava no Colégio da Policia Militar, meu primeiro e último ano, e alguém notou isso?! Parece mas é que conheço todos ali há anos e anos! Isso pra mim é o mais o importante, não a questão de anos, mas o sentimento que ficou por cada um deles ali. Não falo apenas de alunos, meus colegas de classe, mais também dos professores. Foi por alguns deles que firmei a minha profissão. Eu não tinha certeza do que iria fazer, medo de escolher a coisa errada. Mas hoje, fim de ano, pré e pós vestibular, vejo que não existe coisa mais EU do que cursar Letras. Vou levar algumas características de cada um deles para a formação do meu caráter.
Duvido muito que eu vá me arrepender. Duvido muito que eu não vá me esforçar, e ser quem sabe, como eles, meus professores.
Foi impossível não chorar, acho que estou até agora chorando. Por dentro e por fora, eu tô chorando agora! Meu Deus sou eu mesma? Rs. Acho que essa mudança de fase está mexendo com meu emocional comum [...]
Vou fazer 18 anos no próximo mês. Fui aprovada na Unicap em Letras e agora, sou ex-aluna do CPM. E agora? Será que eu vou ter a chance de ver meus amigos crescerem junto comigo? Eles sempre somem. Eu espero que sim.
Esse ano então foi o mais importante na minha vida. Não só pela escola (foi um dos principais) Mas por mim mesma, vejo que cresci tanto, não sou mais uma menina.
Me re-apaixonei, briguei, gritei com meus pais, tirei e causei cabelos brancos deles/neles. Não me torturo mais com ideologias alheias, criei a minha própria. E independente de ser politicamente correta ou não, eu vou ser feliz, eu sei.
Enfim, passei por momentos tão difíceis anos atrás, talvez se não fosse por algumas coisas que me falaram, e me mostraram, eu não estivesse aqui hoje. Talvez eu tivesse desistido de verdade. Mais como eu estou, eu desejo a todos eles! Não me limitando apenas aos alunos da turma G-3, mas, a todos os concluintes do colégio. Sucesso, paz, e muita sorte! Eu quero encontrá-los formados, felizes, e com o mesmo jeito de ser. Digo o mesmo aos professores, que merecem uma Salma de palmas minhas e dos demais, é dureza aturar aluno, ainda vou descobrir o que é isso.

Um grande e apertado abraço!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Os versos que te fiz *

Deixe dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer !
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Tem dolencia de veludo caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer !

Mas, meu Amor, eu não te digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz !

Amo-te tanto ! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz.

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Beijas-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!...

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Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
(Florbela Espanca, Livro de Magoas)

 
 
Quem me dera ser metade do lirismo dela.
Esculpindo meus versos a um espelho imperfeito.
Clamando a dor, ela contribui a todo o resto.
(Eduarda Ramos, À Florbela)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

03:01am

Meu bem, depois da carta vem muito mais
Que desenhos e poesias,
De onde veio foi-se o caos [...]

O transtorno latente trás lembranças
A cada poente vadio que assisto mudar de cor.
A pele expulsa a calmaria marota que doma a prosa
Ao seguir quase sempre em meia-volta.
Eu já nem sei, meu bem, se realmente há uma simbologia
 Que descreva o meu au revoir,
Caso haja algum pressuposto a se declarar: Désolé!
Castro o doce ao persuadir o bom caráter.

O sonho é teu, porque pede uma súplica constante.
Vai meu bem, por mais uma noite, insista!
Eu sou mesmo é sado masoquista [...]

03:09am

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

De quem escreve, para quem lê

São curtas as palavras mesmo não aparentando, estão apenas camufladas por sinônimos e um falso auto-plágio, mas seus significados são deveras extensos, por tantas linhas complicadas, acompanhadas e vestidas sempre por metáforas, sendo este um dos causadores da confusão que o leitor encontra.
Composto por uma mistura bem dividida, frações de um Recanto, sendo estes lidos em tempos diferentes não mais seria possível lembrar-me do momento, do pensamento, a quem ou a que se originou. É tudo tão vão. Não me sinto escritora dos meus próprios escritos, é um desproposito peculiar e intrigante.
Nem mesmo leio depois de divulgado. Exceto pouco depois de sua formação, claro. Atrás das falhas, dos erros (não gramaticais), mas da simbologia contida e escondida entrelinhas de paralelos significados. Nem tudo aqui é para ser por inteiro degustado, compreendido, analisado, nem para levar na alma, deixe tudo no lugar quando sair. Para que terceiros também os critiquem.
Os escrevo quase que exclusivamente por ansiedade. Não leio, porque não os entendo. Nem poderia. Poderia sim, talvez não queira.
Quais os motivos para continuar então? Também não sei responder. Herança não foi!

Sedentárismo

Sol a pino corre na estrada extensa sobre concreto, é quente: vai lotada e tem curvas, têm pedras, sem paredes, poucas cadeiras. Mas há guias. Leia o mapa. Faça as malas. Muitos sonhos. Vai pesado. Pendura nas costas. Estufa o peito, apaga o cigarro.
Não almeja nada além da vista, que embaça que distorce e dilui aos olhos. Não vê que é escritor. É dadaísta, olhe ele olhar a roda da bicicleta passar parada à face.
Corre que ainda é dia, vai claro vai à sombra, fim de tarde eis de está inerte. Inspirando, respirando. Poluidamente inalando toda a podridão.
Sob o céu narrado como um monologo em bom som. Sendo guia. Fazendo mapas. Sentado, lendo. Apontando, falando. Escrevendo. Num cubo que é a sala.
Corre mais rápido, antes do vômito subir a goela, e antes da tontura derrubar as pernas enfraquecidas (...)
Perde tudo no caminho, perde a mala, perde a voz, perde o ar.
Não há mas fôlego, nem coragem, só há fadiga. Já velho para tanto peso, monta um burro, segui à dois.
Corre, que é agora. Que foi amanhã, será ontem: Sedentário.
Teve dezessete anos, é estudante. Futuro escritor.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Des-acompanhada

Que diferença faz se o carnaval acaba em março.
Nascemos com duas mãos, cada qual para um alguém.
Se sempre quis seguir sozinha, agora ando duplamente apaixonada.
Eu vou sem medo de viver assim, de me condenar assim, de me reencontrar sozinha e tão bem acompanhada, como de praxe.
Então faça-me um favor; Sem medo e sem pudor.
Descobri que não há mais limites nas minhas in-voluntárias ações, Passei a não me importar mas com meu auto disparate...
Eu sei que vou para o inferno de qualquer jeito!
Mas eu quero ir  D-e-s-a-c-o-m-p-a-n-h-a-d-a, por favor.