sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tum-Tum-Túrbido

Guardei tanto um amor a fim de embriagar-me num copo em tuas mãos, que perdi o endereço da rua onde fica o teu bar. Sei que há cadeiras para esperar, sei que há mesas para apoiar os cansados cotovelos de aguardar, sei também que há outras moças em tantas mesas por volta do teu tão famoso bar. Mas não sei se ainda tenho tempo para perder aqui. Álcool já me faz tão mau, amor já me desdém, cigarro nem vou falar, que além de acinzentar mais ainda meu peito, embaça cada vez mais a minha visão [...]

Segurei um amor para desorientar. Não sofro hoje por este motivo, talvez, por motivo nenhum. Penso então, se há sentimento aqui. Vai ver que há, mas acoplados uns nos outros passam despercebidos.
Então, o que é a dor? A dor que dói é subjetiva, psicológica, relevante. A dor que se sente é a dor de idéia, objetiva, concreta. Qual a imagem que forma na sua mente quando se ouve dando ênfase na fonética da palavra Amor? Ah, amor! Será comida? Lugar? Será um país? É. Pode ser, depende do lado em que se encontre o individuo. Alimenta, reside, adota. É, tanto faz.
Quis tanto que hoje nem quero mais. Nem querer. Nem pensar em quere querer!
Mas tenho em mim, um amor tão grande, que nem seria necessário não desejá-lo.
O impossível é não cultivá-lo. Mesmo que em segredo.
Seguro um amor para seguir desorientada, sem nexo, sem chão. Sem entendê-lo. Totalmente leigo.


''O amor não é só uma sequência de beijos, amassos no entrelaçar de pernas. É um túrbido formigamento no corpo junto a três ou mais adjetivos positivos.''
-Eduarda Ramos

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