sábado, 24 de julho de 2010

Retardatário

Quando era jovem eu pensava, pensava diferente de hoje.
As partes doem como ferrugem à ranger na pele por qualquer movimento, por mínimo que seja.
Se a mente trabalha; Doe. Se as lembranças me tomam; Doe.
E se tiver a sensação de reviver, um tal djavú que seja; Eu sinto dor, doe um pouco mais.
Se fosse jovem eu aguentaria, faria diferente ontem.
Os velhos cá estão a me apoiar, lavando meu corpo feio e sujo, com resto de comida ao colo, um bigode de leite azedo, jogado no sofá queimado pelo sol de muitas tardes...
-Porra nenhuma de fadiga! (Gritaram.)
-Pera, um pouco mais.
Levantei-me lentamente até outro comodo, o mais próximo, deitei-me noutro lugar, até ontem, um pouco mais cedo que agora.
-Amanhã... Amanhã, eu prometo.

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