segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mas irresoluto não há!

Quando me lembro do ar quente que saía do corpo dela à queimar o meu... Quando minha mão seguia a silhueta daquele corpo pálido e suado... Ou quando os olhos se fechavam ao sentir a emigração do tato. Assemelho ao dilúvio que lá fora cresce, como aqui dentro encharca enfurecidamente.
Há uma dolência que mora em mim, e lembrar a trás de volta, mas e outra vez. A notoriedade até então posta por mim, talvez não tenha fundamento, ou tenha, e ao lembrar fecho os olhos mas uma vez, esqueço os erros. Por que então o martírio antes da hora? Se é que essa hora chegará. Deixe que essa tribulação se instale cá onde estou, conviverei bem com a mesma, assim espero. Já me conformo com duas pernas enroladas num lençol de seda, apenas duas, uma por cima da outra tramando uma algazarra individual fisicamente bem disposta. Uma quimera formulada para saciar-me em vão. Como se cada devaneio ali pudesse de alguma forma substituí-la. Como disse, em vão. Perder-me em diversas abstrações já se tornou comum, acho até que gosto. Vou deixar então partir a pusilaminidade que me toma em ira a qualquer linha torta que encontro no caminho. Farei um círculo na mesma com o dedo do pé, quem sabe um desenho, até a frouxidão amadurecer. Quem sabe eu a imite.

3 comentários:

  1. Nossa....
    =)

    Sinto falta também do ar, que saí do corpo quente entregue... Mas, olhos não cerraram-se...
    Do contrário não poderia descrever! Recordo-as aqui, e é quase real, a ilusão criada por mim, de uma das minhas bipolar personalidade, ou melhor seria multipolar... 2 já é pouco... E Dud, sabes bem o que digo...
    Engano o corpo no exercício só, engano a mente de olhos fechados, pois a vista não mais irá acrescentar... engano o coração...
    Fraco, por mais alguns dias, meses, e JAMAIS chegará a ano, estou só...

    [E eu respondo os posts... por Mininu Nu]

    * Carnaval chegando ... Recife ou Minas?

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  2. Own meu bem.
    Incrível como voc~e consegue atingir um ponto vulnerável, não só teu, mas meu e de quem mais vier a ler, além da tua personagem cia de devaneio, é claro.
    Amo quando voc~e se auto-desenha.
    É um delírio gostoso como uma febre em baixo de chuva.

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  3. Lindo, bonita!
    Realmente, mais irresoluto não há.
    Adoro como descreves essas coisas e a forma como me prendes ao texto e sempre vou repetir isso.
    Aguardo por mais um lindo e cativante texto seu!
    E aguardo anciosamente.
    Até =*

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