terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Fluido aquoso apresentável

Num único cuspe entrego a identidade que circula pelo meu corpo, dos pés a cabeça. Como num círculo vicioso e vitalício, único e sustentável, primordial. É a parte ingerida do mundo, outrora posta a vista grossa. São partículas divisíveis que se contradizem ao dizer o mesmo, de tantas bocas que ali estacionam, dialogam, descarregam lamurias. É o veiculo que roda a corda da emoção, os gargalo da garrafa podre tantas vezes, mas é deste modo que a vejo. Quando se funde com caminhos estreitos mistura seu gás com o segundo, sabe-se la um terceiro. Depende de quem se trata. O meu cuspe transmite aflição em sua mescla; às vezes conformismo, mas ultimamente além de hostil, sinto um pouco o gosto do pecado, mas do que nunca, isso acontece quando fica tudo tão homogênio por livre e expontanea pressão.
Seja ela na cara de alguém, no chão, do alto de um edifício, e só saliva. Quem se importa hoje em dia em ter um fluido aquoso aprensentável e moral? Levante a mão.

8 comentários:

  1. Verdade. Gosto das suas interiorizações! :D

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  2. Mais uma jóia rara dos seus escritos!
    Adoro tudo o que escreves!
    Abraços

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  3. :D
    melhor texto que já li. aqui em seu blog.
    sem descrição. Fluido aquoso.

    http://opoestadeplutao.blogspot.com/

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  4. Você escreve muito bem Eduarda!
    Voltarei mais vezes por aqui...

    Feliz ano novo!!!
    Muita paz e saúde!

    BjO

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  5. Que delícia passear por essas linhas, tão inteligentemente harmonizadas!
    Ótimo ano para você! Que já de início façamos dele menos palavras e mais ações!
    Ótimos posts nesse ano e nos próximos!
    Beijones

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  6. Que tudo!
    Complexamente inevitável, isso...
    Nem sei se levanto a mão,
    mas sei que ilumino a mente após ler-te.

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  7. hauhauahuahuahua Como tu es romântica!!

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