Existia uma porta tão fixa a parede quão os conceitos de como ser uma boa porta: abrir e fechar sem fazer barulho para não incomodar os moradores daquele lugar e torna-se quase invisível, às vezes chutada, arrombada, espancada, faz parte dos tramites em ser uma boa porta. Além de ser bonita e fazer sala aos convidados, a porta não tinha voz, a porta era só uma porta. E quem se importa com a porta? A banana.
Mas um dia a porta cansou de ser uma porta! Queria ser um abacaxi, dai quem sabe seu fim seria rápido ou mesmo um passarinho, para ter o direito de sair por ai a mingué, sem rumo. Então a porta foi escorraçada do seu lar, por querer ser livre, ser diferente e ser quem ela era de verdade, sem os conceitos de uma porta tradicional.
Encontrou alguns amigos pelas ruas dos guetos tão povoados dentro dos armários, e foi lá que conheceu a banana.
A banana do armário era tão singela e engraçada que fez a vida da porta mais feliz. Tornaram-se amigas e passaram a se ajudar em tudo que podiam. Mas a porta não podia ficar ali seria difícil para ela. E a banana não podia sair pelas ruas e pelo mundo como queria a porta, ela apenas podia ficar ali no armário, caso contrário seria devorada pelo povo faminto daquela terra, uma banana tão gostosa quanta aquela tinha que preservar-se ao máximo. Então foi ali que elas se separaram. Cada uma seguiu seu caminho prometendo manter sempre contato, mesmo que pelo computador.
A porta conheceu outras portas que não eram tão engraçadas assim, e notou que gostava de chaves diferentes, sua fechadura era igual às demais, porém não conseguia encaixar chave alguma. A porta pensava o porquê daquilo tudo, e não queria aceitar ser diferente neste ponto, mais afinal, era isso que ela sempre foi, e é por isso que ela fugiu não é mesmo? É.
A banana ficou amarga, perdeu sua cor com raiva da porta por tê-la deixado ali no armário sozinha, dizia sempre que à porta era insensível por não entender seus motivos em ficar presa. Pensou até em abandonar tudo e fugir, logo refletiu que seria melhor continuar a ser o que foi destinada, diferente da porta. Uma banana, branquinha com cascas amarelas. Mas a saudade era tão grande que a banana fez as malas e partiu atrás da sua porta.
Logo a porta também percebeu o engano, e que apesar de poder estar livre no mundo onde poderia ir a qualquer lugar, a qualquer chaveiro para achar uma chave que ali se encaixaria perfeitamente, estava presa à banana. Fez as malas e partiu rumo ao armário da sua amada.
A porta chegou tão linda quão nunca havia estado: pintada e lixada, para um reencontro. E rapidamente foi comunicada da partida que a banana fez à sua busca, ficou triste, ficou feliz. Feliz por saber que seu sentimento era correspondido a tal ponto da banana deixar o seu mundo para ir atrás de um outro desconhecido. Triste porque ela poderia facilmente se perder, pois não conhecia nada além das prateleiras, dos armários, dos bananais.
A banana madura e amarela partiu com a casca para cima e feliz. Parando a cada esquina procurando notícias do paradeiro da porta, mas não conseguia nenhuma resposta concreta. Até que um macaco propôs ajudá-la e disse que sabia onde era o gueto das portas-abandonadas, e ela o seguiu.
A porta desesperadamente foi de rua em rua perguntando pela banana, e seguiu os rastros dados pelas esquinas onda a banana havia passado. Chegou numa árvore onde fora indicada a ir procurar o tal macaco e lá não existia ninguém, apenas uma casca de banana destroçada. A porta quis morrer! ali estava a sua banana, que fora comida pelo maldito macaco. Não! -ela gritava- e jurava que aquilo era tudo sua culpa, que nunca deveria ter saído do armário já que lá tinha encontrado a felicidade que tanto procurara a vida toda. Então sem que ninguém visse, a porta correu rumo ao mar de cupis, e atirou-se jurando amor eterno a banana, e que lá no céu estariam as duas juntas e felizes. Foi-se a porta.
A banana que não tinha sido devorada pelo macaco, conseguiu fugir da emboscada preparada para ela.
Não sabia mais onde procurar, apenas sabia que a porta tinha voltado ao armário, e que também partira numa jornada atrás do seu sonho: a banana. E nunca parou de procurar. Nunca desistiu. Pois sentia que a porta também estava a sua procura, e que mais cedo ou mais iriam encontrar-se.
Procurou até ficar podre, e pedir desculpas por não ter tido mais tempo para achá-la, por não ter nascido uma porta, e ter sido tudo tão, mas fácil. Foi-se a banana.
Caro leitor,
Esse conto foi escrito em apenas alguns minutos, perdoe a falta de prática, não costumo escrevê-los.
E nem sei como é que se trabalha nessa tipologia, enfim. Lembrando de coisa passada por mim (porta) e por minha querida banana. Boa sorte na tentativa de compreensão.
Desenho por: Dayse Barros.
Legal, legal ...
ResponderExcluirDuda,
ResponderExcluirQue foda! adorei, quando vi o tema eu fique curiosa ao que viria mas abaixo.
Gostei do modo que levou o conto, rapido e coitada da banana :/
p.s: para um primeiro conto ta indo muito bem =)
Abraço.
Abraço.
Coitada da banana :/ [2]
ResponderExcluirAchei legal! e adorei as simbologias usadas a banana e a porta.
Sua porta *-*
Parabéns!
UAU. Bravo bravo!
ResponderExcluirCoitada da banana e da porta né?! que tristinho, e que fofo ao mesmo tempo. Transformar você mais alguém (alguém?) em personagens tão alucinogenos.
Gostei de conto, é mesmo o seu primeiro?! continue treinando então. Adorei não apenas esse texto como outras aqui, fantastico seu blog gostei MUITO, e do visual principalemente: simples e formal.
Parabéns Eduarda,
Abraço.
Nossa Eduarda pra um primeiro conto você foi muito bem ...coitada da banana [3]
ResponderExcluirhaushau muito bom esse conto! Continue treinando então [2]
Beijos
www.joyceesuavida1.blogspot.com
Caraca,!!!
ResponderExcluirMeu muito bom...já vi uma vez um conto parecido com a mesma tematica.mas, o legal é que vc inovou nos personagenss!!
Eduarda, fico feliz que vc esteja escrevendo e, principalmente, fazendo uso da intertextualidade, o que mostra que, antes de tudo, você é uma leitora. Continue a ler, contos, poesia, filmes, as pessoas, a vida!
ResponderExcluirabraços,
Edvânea
Maneiro Maneiro
ResponderExcluirJá to te seguindo
Segueem eu ai gente da um forcinhaa: http://gabi-mundogotico.blogspot.com/
Ta bom sim o conto, se quer saber. Usar metáforas é interessante. Não escrevo contos, mas qnd penso, não imagino de outra forma a não ser assim!
ResponderExcluirMais uma vez, você arrazou. *-*'
ResponderExcluirNoossa.. imagiine como vai escrever quando estiver com prática oO.
ResponderExcluirVoce escreve muiito bem, moça..
ameii. to te seguindo.
e coitada da banana[2]. UAHSUA
Muiito bom seu contoo.
beiijos
coitada da banana [38746932648] (y'
ResponderExcluir:x
Nossa duda arrasou na historinha de romeu e julieta p/ crianças :DD
ResponderExcluir*.* ameey demais sÔ
ahasol miga
Nhaa adoreei
ResponderExcluirahuahauha
aah adorei tb o jeito q vc escreve mt boom ahuahua
___________
aah ée , lá chega ser qse meu diario asuhausa
voo te seguir pod ?
se der me segue tb
Beiijos
Gostei do conto, as entrelinhas são o melhor!!! boas frases de efeito tb!
ResponderExcluirDuda,
ResponderExcluirquanta sensibilidade!
De prender as minhas vistas por dentre as linhas da jornada típica desse amor tão puro, igual e diferente. E ao final tirar um pouco desse ar intacto.
Seu conto me traz ares renovados.
É uma pena esse imenso Mar de Cupins em torno de nossos armários.
Mas, nossa missão é ser feliz. Enfrentá-los faz parte dessa felicidade.
Viva a intrepidez das Portas e viva a Harmonia da Banana!
Monstrinho duarda!
ResponderExcluirQue leagal . . . lamento só descobrir esse seu cantinha hoje.
Um BEIJÃO.
O Montro Josimar.